terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Mais com menos: os santos de casa que fazem milagres

“Quando nada acontece, há um milagre que não estamos vendo” (Guimarães Rosa)

Há muito tempo as empresas estão em constante processo de busca da excelência focando os recursos e competências instaladas dentro de suas paredes. O mais com menos pode ter tido uma maior ênfase após as reengenharias que na década de 1990 passaram por organizações brasileiras.
A busca pela eficiência, eficácia e efetividade também tem um grande papel neste foco de fazer mais com menos, ou seja, quanto menos se gasta e mais se produz melhor. Esta máxima vem fazendo parte das minhas atuações nestes últimos 5 anos, visto que a área de eventos de maneira geral, todos desejam glamour, luzes e adereços de luxo, mas nem sempre estão dispostos a investirem.
Acrescento ainda algo que venho discutindo sobre as competências internas das empresas e que muitas vezes são desconsideradas na hora das tomadas de decisões ou nos processos de inovações ou mesmo de mudanças.
Acredito firmemente que os santos de casa fazem milagres todos os dias, mas são milagres invisíveis, pois já estamos acostumados ou não são o santo da vez. Além dos milagres de cada dia, nas organizações temos uma enxurrada de santos que não valeria apena nem ter altar; pois seus poderes já se esgotaram ou estão enferrujados.
Falando em santinhos lembro de minha avo que tinha em casa no cantinho da sala seu santinho. Tava sempre sem vela e mal olhava pra ele. Mas quando surgia um problema, corria para o coitado. E, lá o coitado ia fazer mais com menos.
Entender que o processo de mais eficiência com menos recurso se faz fundamentalmente quando os santos estão na ativa é entender também o quanto o Santo Gestor, ou seja, aquele que conduz os santinhos deve fazer com que todos os dias os poderes possam ser ativados. O Santo Gestor deve dar atenção aos santinhos e desafiá-los a pensarem em novas possibilidades de milagres mesmo antes das necessidades. Estas ações criam uma santa agitação, mexendo no ânimo do pessoal. E se lembrarmos que a palavra ânimo vem de alma, ai mesmo que a coisa esquenta.
Então, para fazer mais com menos, precisamos agitar o santo e para isto necessitamos:
- olhar o santo;
- dar atenção ao santo;
- zelar por ele:
- conversar e ouvir o santo;
- valorizar o santo – o meu é melhor que o do vizinho;
- acreditar no santo e esperar um milagre, por que milagres acontecem.
Não preciso lhe dizer que o santo na qual me refiro são os colaboradores da empresa e que o Santo Gestor é o chefe. Quando falo sobre isto lembro de uma frase de meu pai que fala: “Não procure fora aquilo que você tem em casa”.
Quantos santinhos estão jogados no cantinho da gaveta. Cabe somente uma mudança por recombinantes. Recombinar nada mais é do que fazer mais não com menos, mas com aqueles que sempre estiveram juntos.

Escravos Pós-industriais

Você já tentou ficar um dia sem celular? Não usar o relógio? Não ligar o computador ou usar a internet? Já percebeu que quando o pessoal responsavel pela área de tecnologia da sua empresa diz que o sistema caiu, você fica sem chão?

Estas e muitas outras situações que convivemos durante o nosso cotidiano mostra a nossa grande dependência de mecanismos vinculados a tecnologia da informação, que nos é necessária e facilita nossas vidas, mas por vezes nos gera desgastes e nos acelera. Não sou contra este movimento, cabe deixar bem claro, visto que, também, me utilizo destes instrumentos em minha vida. O que quero trazer a você é que precisamos refletir sobre o uso.

Certo dia na minha atividade no setor onde atuo na Universidade do Sul de Santa Catarina, recebo um chamado no MSN de um dos estagiários, me perguntando sobre uma ação em nosso trabalho, lhe respondi de forma muito clara que só responderia sua pergunta se esta a fizesse presencialmente.

Tais me achando antiquado? Meu Deus, que grosso, os mais sensiveis diriam! Tá louco? Trabalhar com um cara assim! Diriam aqueles voltados a humanização. O detalhe maior desta situação é que; quem me chamou no MSN estava sentada ao meu lado, não tinhamos 2 metros de distância um do outro. E agora? Que adjetivo eu terei de você leitor?

Como sou adepto do olho no olho, do soriso, do abraço e da alegria, venho constantemente comentando em minhas aulas de graduação e pós-graduação sobre o distânciamento das pessoas proporcionado pelas ferramentas on-line, que nos tornam de certa forma escravos. Ligaste o computador, se não entrares no MSN, tens uma crise, seja ela de pânico, depressão, choro ou até existêncial. Se alguem não te chamares em no máximo 15 segundos, o pensamento é: - Ninguem gosta de mim, ninguem me chama pra teclar.... Tenho que chamar algém. O mesmo acontece com o Orkut, se não tiveres mensagens dos teus amigos, corres para escrever a eles, só para que eles escrevam pra ti.

Outra escravidão alienante é o que chamo de Sindrome do Enviar e Receber dos programas de e-mails. A criatura ajusta o programa para enviar e receber de 5 em 5 minutos, mas a cada 2 minutos clica no incone do enviar a receber. A urgência urgentíssima de dar respostas. Agora mesmo, estou escrevendo este pequeno artigo e brilham de forma a me deixar cego os amigos no MSN. Tô respondendo, mas devagar.

Muitos dos meus amigos acelerados, como eu os conceituo fazem disputas de quantos e-mails recebem por dia. Virou siônimo de status social. Recebo 120 e-mails por dia, outro diz mais acanhado, só 85. Parece um leilão. Estes mesmos amigos, já estão comprando os seus Black Bery - eu também tenho um, mas depois digo porque comprei - que é para conectar-se toda a hora: em casa, no trabalho e até dormindo. Abro um parênteses aqui para contar um caso que aconteceu comigo. Rapidinho. Comprei o meu aparelinho que faz tudo, até telefona e programei para receber os -emails a cada duas horas. Coloquei como toque do e-mail aquele: fiui.... olha a mensagem. Eram 3 horas da manhã quando toca o maldito. Estavamos dorimindo eu e minha mulher, quando ouvimos aquilo que pareceia uma voz do outro mundo. Olho pra Fernanda (minha esposa) e ela olha pra mim e me diz: Tais falando dormindo? Tem alguém aqui dentro? Vai olhar.... Acho que ela não se tocou que era o celular na estante proxima da cama. Disse a ela: Fica fria, vai dormir.

Realmente tinha alguem dentro de casa, mas era virtual, as mensagens chegando, sem trégua. Hoje desligo antes de dormir, já basta os sonhos que por vezes são vinculados ao trabalho. Comprei o aparelinho para facilitar a minha vida, hoje ele é o regulador. Tudo que as pessoas me pedem ou que querem fazer junto comigo, puxo o telefone do bolso e digo sem exaltar. Espera um pouinho, preciso ver se tenho agenda. Que doidera.

Não pensem que sou contra as tecnologias, volto a reforçar. Uso e acho que são muito necessárias. Mas uso com moderação, como aquelas propagandas de bebidas. Tomei o hábito de desligar tudo no final de semana. Sem internet, sem telefone, sem trabalho pra casa. Full time familia, cachorro e lazer. Até porque com estas pessoas e estas ações também estou trabalhando. Quando passeio com a Zuca (minha cachorrinha linguiça) estou relaxando e pensando nos projetos e eventos que tenho para as proximas semanas ou nos cenários que criaremos para os eventos. Quando brinco com o meu pequeno, me divirto e aprendo sobre as necessidades infantis e brincadeiras novas que posso utilizar nas minhas aulas de Recreação e Lazer no Curso de Turismo e Educação Física e quando estou com a excelentíssima, ai é foco no namoro, já basta que fico mais tempo com o povo que trabalho do que com ela. Mas conversamos sobre gestão, visto que ela é empresaria. Não tem como fugir.

Depois de tudo isto ainda tenho tempo para escrever, conversar pela internete com meus amigos do México, Portugal e Italia. Nisto o MSN é ninja, como eu digo. Muita informação ao mesmo tempo, Desesntruturação do espaço e do tempo. 2 horas na frente do computador parecem 5 minutos. Passam voando, a gente nem precerbe. Este é o mundo dos mentes-de-obras meus queridos. ou nos adaptamos ou nos adaptamos.

Vai lá então; pensa que não vai doer. Desliga o telefone na hora do almoço. Não trabalha no final de semana. Tenta por 1 hora não usar o MSN. Vai. Faz uma tentativa. Depois me conta aqui nos comentarios do blog como foi.

Abraços de um escravo pós-insdustrial que aprendeu junto ao Domenico De Masi a fazer Ócio Criativo e entendeu que todas estas coisas fazem parte da vida que estamos presenciando em nossa sociedade.

Agora assista o vídeo para saber o que nos reserva o futuro.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Zilda Arns: exemplo de humanisno

Infelizmente os noticiários não trazem notícias boas, principalmente quando soube do falecimento da Dra. Zilda Arns, motivo de muita tristeza. Em 2009 encontrei com a doutora nos eventos da Cátedra da UNISUL, onde pude conhecê-la e ciceroneá-la durante cinco dias de evento, na qual pude compartilhar de momentos de grande aprendizado.
Seus pensamentos e suas ações foram e são fundamentais para o desenvolvimento e prevenção da saúde de nosso país e de países a qual a Pastoral da Criança atua. Simplesmente um exemplo de dignidade e dedicação as pessoas independentes de suas crenças, etnias e classes sociais, de forma generosa e solidária.
Estendo a seus familiares e amigos meus mais profundos sentimentos.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Eventos Pop Up

Os acontecimentos pós-crise financeira fizeram com que diversas empresas pensassem em novas alternativas para a comercialização de seus produtos de forma que o retorno fosse mai veloz do que das diversas formas de promoções tradicionais. Desta forma, em alguns lugares do mundo os eventos se tornaram pop up, ou seja: rápido, eficaz, direcionado ao público especifico; mas principalmente, que possam gerar negócios.
Esta ferramenta já é muito tempo conhecida pelos negociadores que viajam de uma localidade para a outra em funções de reuniões com poucas horas. Passa-se mais em deslocamento dentro de aviões e carros do que nas salas de reuniões.
No universo dos eventos e principalmente das promoções quanto maior o tempo e a exposição do produto a uma quantidade de público relativamente grande pode ser o segredo do sucesso. Pois ainda alguns entendem os Ps (promoção, preço, praça e produto) como as peças fundamentais para o desenvolvimento das suas ações de marketing. As possibilidades apresentadas pelo below the line aparece como uma das possibilidades juntamente com os eventos pop up.
Mas o que realmente seria um evento pop up? Ações rápidas como um flash mob (como descrito na postagem anterior), um evento com uma pequena duração, um evento na madrugada, uma ação objetiva. Trazendo isto para a minha maior atuação em eventos, os eventos técnico-científicos, como: congressos, convenções, conferências e outros por vezes são extremamente cansativos e prolongados.
Se pensarmos que muitas pessoas que estão no evento deixarão de fazer alguma coisa para estar naquele momento, será que não seria interessante diminuirmos a quantidade de tempo e irmos diretos aos “finalmentes”? Mas creio, que isto possa gerar um pavor nos organizadores, pois parece que os orçamentos de eventos voltados ao conhecimento se compõem pela quantidade de atividade e dias de duração.
Como tudo na vida pós-industrial é em tempo real e ninguém têm tempo para perder, creio que pensar em eventos que atendem as necessidades e desejos do público participante seja além de mais eficaz, mais voltado a realidade principalmente empresarial. De que tempo é dinheiro, muito dinheiro.