segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Não Avisaram o Papai Noel e nem os Turistas

A cidade de Florianópolis esta vivendo a cada inicio de temporada de verão um turbilhão de emoções. Neste 2009 a emoção maior foi a batalha da árvore de natal e seus penduricalhos – a programação cultural de natal e ano novo. A grande sacada é que o Papai Noel não foi a nenhum momento convidado, nem mesmo para as discussões se a árvore fica ou não fica ligada neste período.
Este ligado ou desligado me lembra algo que em nossa casa comentamos de forma aberta e veemente sobre as luzes de natal. Nosso condomínio fez campanhas de concursos de enfeites na sacada. Muitas luzes e enfeites brilhantes que fazem os olhos doerem.
Somos os únicos que não aderimos ao brilhantismo do natal, pois entendemos e passamos ao nosso filho que ligar uma quantidade de luzes faz mal a natureza, pois gasta energia. Será que não é meio incoerente termos o horário de verão para economizar energia e nesta época somos tão iluminados? Tudo isto acontece ao mesmo tempo em que a COP 15 acontece com os maiores “decisores” do mundo discutindo sobre sustentabilidade do planeta.
Mas voltemos à árvore, que também gasta energia. Todas as questões estão voltadas ao preço. Estes 3 milhões e uns quebrados que uns dizem que é muito, outros dizem que adequado e outros não sabem nem o que dizer.
Penso que o preço será muito mais alto, visto o grande número de turistas que buscam Florianópolis nestes últimos anos. A ilha que um dia foi da magia - ainda possui seus encantos, mesmo que em processo de pasteurização; chama muito a atenção de visitantes de todos os lugares do mundo.
Estes buscam experiências e não praias, cultura, gastronomia, shoppings e etc. Praias? Alguns lugares do planeta possuem tão belas quanto as nossas. Shoppings? Não somos tão bons assim. Serviços? Estes a cada dia se tornam mais impessoais e destreinados. Cultura local? Se lembrarmos que não nos lembramos do centenário de Cascaes, creio que não preciso dizer mais nada.
Então o que sobra? Penso eu que, o conjunto destas coisas aliadas às experiências e ao status de estar em Florianópolis; e, alguns locais elitistas para privilegiadíssimo; que confesso nos salva como destino turístico.
Diante de todas estas críticas a cidade que amo e escolhi para formar a minha família, vejo-a a cada dia estar sem rumo e sem alma.
Porque a árvore que já está não pode ficar ligada? Porque não se pode investigar com a “coisa” funcionando? Tanta coisa acontece neste país e só se investiga depois que já aconteceu? Que cara ficará os empreendedores turísticos que já lutam a duras penas para sobreviverem, quando o turista perguntar da programação do natal e ano novo?
No mínimo, constrangedor e embaraçoso. E aqui não quero fazer julgamentos do certo ou do errado, nem mesmo apoiar os gastos ou as investigações. São apenas questionamentos que fiz quando em um domingo a noite corri com meu carro para ver a tal árvore interativa com minha esposa e filho, pois iria ser apagada; e, teríamos apenas uma “coisa” no sentido restrito da palavra. Algo sem vida, sem razão e principalmente, carregada do espírito anti-natalino.
Ah, árvore de natal. Quem sabe no ano que vem nossos representantes pensem melhor, ou conversem antes com o Papai Noel, quem sabe ele possa trazer dentro do seu saco um pouco de solidariedade, compromisso com a cidade e turistas, pois creio que teremos dificuldades de atraí-los, se não sabemos para onde queremos ir, o que queremos e o que devemos fazer, mas principalmente, quem poderá ser contra e a favor das propostas.

Um comentário:

  1. Estimado Prof. Geraldo, Parabéns pelo seu Blog e seus comentários, em especial este, que nos remete a uma reflexão de como os nossos governantes tratam com descaso os seus cidadãos e aqueles que nos visitam.
    Grande Abraço.

    Silvio Adriani

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