quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

2010. Visões e previsões: bola de cristal em low battery

Geralmente entre o final de um ano e o inicio do próximo muitos artigos trazem em seus conteúdos, principalmente no âmbito da gestão empresarial, as tendências para o ano que se inicia. Quando vejo estes artigos logo inicio a leitura para saber o que teremos; ou, na verdade o que nos espera para o ano que se inicia.
Simona Testana, socióloga e pesquisadora do Istituto per la Formazione e l’Orientamento dei Lavoratori de Roma, traz um artigo na Revista Next – Instrumentos para Inovação, número sete, sob o título “Longevidade, inovação tecnológica e mudança social”, que neste aponta alguns indicadores que poderemos usar para 2010, que listo abaixo:
. Alteração do catálogo familiar – diminuição das composições familiares tradicionais; aumento das famílias ou uniões sem filhos; aumento dos idosos sozinhos. Penso que neste tópico poderíamos acrescentar o crescente aumento da uniões homoafetivas; das relações pop up, o que comumente é chamado pelos mais jovens de “ficar”; as famílias com filhos que possuem 2 pais ou mães, vários avós, “irmãos de coração” e outras definições para as famílias que são compostas por segundos ou terceiros casamentos e outras formas de composições corporais.
. Capacidade de envelhecer – a cada dia a longevidade esta mais presente em nossa sociedade. Isto resulta em alguns aspectos levantados pela autora como: o aumento da idade de se aposentar; aumento maior do tempo do repasse de heranças; crescimento de mobilidade virtual, visto a grande quantidade de inovações e formas de redes sociais; hiperatividade dos septuagenários – um exemplo disto é meu sogro que após se aposentar e perto dos 60 anos virou triatleta e no em 2009 completou o Iron Man Brasil já pensa em ir participar da prova no Havai. Aumento significativo de jovens idosos com competências extraordinárias, pois se aposentaram cedo; procura exacerbada por atividades de lazer, bem-estar e turismo. A capacidade de se tornar avó é que estarão sob a mira constante dos netos e suas regras politicamente corretas; marcas da geração 2000.
. Serviços e Produtos – o conceito faça você mesmo, ganha um acréscimo de faça você mesmo e da sua casa. Zoologicamente somos animais que buscam suas tocas, ou seja, nossas casas. Desta forma, muitos serviços facilitarão ainda mais as ações dentro da casa, como: tecnologia doméstica; serviços em domicílio; computadores com teclas maiores para melhor vizualização; porções de comidas individualizadas; profissionais particulares, como: arrumadeira de armários; cabelereiro, personal trainer, aluga-se um marido, etc.
Também neste mesmo foco de traçar tendências para 2010, na minha relação de RSS, possuo HSM Brasil – Marketing e logo de cara um artigo de dezembro que tem como título “Os 20 mais de 2010”. Traz o resultado de uma pesquisa sobre as maiores tendências em consumo para o próximo ano, postada pelo site Trendhunter Magazine, que traz:
. A próxima melhor alternativa: procura por produtos funcionais e relacionados a experiências de vida, do que produtos caros ou luxuosos;
. Decoração faça você mesmo: você faz com aquilo que tem em casa; e, que em certos momentos poderia ser descartável;
. Troca-se tudo: cultura da permuta. Aqui cabe uma historinha. Uns 4 anos atrás uma das professoras da universidade que trabalho tentou fazer isto com livros.Montou uma pequena mesa, deixou uns livros e colocou uma plaquinha remetendo a troca de livros de forma espontânea. Um dos alunos reuniu os livros e levou-os a biblioteca para devolvê-los dizendo que alguém tinha os esquecido; e, que por isto poderia gerar multa ao descuidado.
Me surpreendo com minha mãe de quase 60 anos quando a mesma trocou uma bicicleta ergométrica e uma esteira de ginástica por uma bike novinha. Quando ela chegou com a bike perguntávamos quem havia comprado para ela. De forma simples, como se aquilo fosse algo comum em nosso meio, disse que foi em uma loja de móveis usados e trocou “taco-a-taco”.
. Ações pop up: campanhas, serviços e produtos surpreendentes e com curtíssima duração.
. Moradias nômades: casas temporárias e diferentes das convencionais.
. Eco-utensilios doméstico: equipamentos ecologicamente corretos.
. Ecóprole: com objetivos ecológicos as casa e os locais de morada estão se transformando.
. Simplestising: comunicação simplificada, com clareza visual sobre o produto.
. Emocionologia: estudo das emoções para que estas possam ser aplicadas à tecnologia. Geralmente comento em minhas aulas sobre lazer tecnológico, que estamos a cada dia digitalizando as emoções. Se estou feliz posso digitar um :), ou simplesmente um  que meu computador automaticamente já coloca. Os winks, emoticons e etc.
Você pode encontrar os demais no site: http://br.hsmglobal.com/notas/55893-os-20-mais-2010.
Após todas estas tendências para 2010 podemos ficar impressionados com as possibilidades e quantidades de coisas que vão acontecer em nossas vidas. Neste momento, vem a minha reflexão: Será que tendências não são apenas orientadores de consumo? As tendências podem ser cíclicas? Todos estarão sujeitos a estes possíveis efeitos? Perguntas que necessitariam alguns textos deste blog, mas mesmo que não venha a escrever as possíveis respostas, as tenho.
O que me fez pensar sobre isto? Nosso zelador. Paulo todos os dias quando saio para a universidade ao cumprimentá-lo pergunto como vai. Diz-me com sorriso e seu sotaque do interior: “Geraldo, a cada 30 minutos melhora um pouco mais”. Me pergunta da minha cachorra, do meu filho e deseja uma boa semana.
Detalhe. Sabe mais da minha cachorra do que eu, pois passa mais tempo com ela, mesmo que seja pelos seus assobios chamando a atenção da cachorra que mora em nossa sacada. Vê mais João Vitor do que eu, pois as idas e vindas ao playground e as saídas e retornos da escola, ele o acompanha.
O que move esta postura? Primeiro o otimismo. Independente das tendências ou das previsões sua atitude é sempre a mesma. Segundo um desapego ao “mundo das coisas”. E Terceiro, uma valorização das pessoas que estão ao seu redor.
Independente das tendências, previsões, penso que muitas destas possibilidades estão para a construção de induções de ações e consumo. Ou quem sabe mudança social. Creio que a mescla das duas seja o mais pertinente.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Não Avisaram o Papai Noel e nem os Turistas

A cidade de Florianópolis esta vivendo a cada inicio de temporada de verão um turbilhão de emoções. Neste 2009 a emoção maior foi a batalha da árvore de natal e seus penduricalhos – a programação cultural de natal e ano novo. A grande sacada é que o Papai Noel não foi a nenhum momento convidado, nem mesmo para as discussões se a árvore fica ou não fica ligada neste período.
Este ligado ou desligado me lembra algo que em nossa casa comentamos de forma aberta e veemente sobre as luzes de natal. Nosso condomínio fez campanhas de concursos de enfeites na sacada. Muitas luzes e enfeites brilhantes que fazem os olhos doerem.
Somos os únicos que não aderimos ao brilhantismo do natal, pois entendemos e passamos ao nosso filho que ligar uma quantidade de luzes faz mal a natureza, pois gasta energia. Será que não é meio incoerente termos o horário de verão para economizar energia e nesta época somos tão iluminados? Tudo isto acontece ao mesmo tempo em que a COP 15 acontece com os maiores “decisores” do mundo discutindo sobre sustentabilidade do planeta.
Mas voltemos à árvore, que também gasta energia. Todas as questões estão voltadas ao preço. Estes 3 milhões e uns quebrados que uns dizem que é muito, outros dizem que adequado e outros não sabem nem o que dizer.
Penso que o preço será muito mais alto, visto o grande número de turistas que buscam Florianópolis nestes últimos anos. A ilha que um dia foi da magia - ainda possui seus encantos, mesmo que em processo de pasteurização; chama muito a atenção de visitantes de todos os lugares do mundo.
Estes buscam experiências e não praias, cultura, gastronomia, shoppings e etc. Praias? Alguns lugares do planeta possuem tão belas quanto as nossas. Shoppings? Não somos tão bons assim. Serviços? Estes a cada dia se tornam mais impessoais e destreinados. Cultura local? Se lembrarmos que não nos lembramos do centenário de Cascaes, creio que não preciso dizer mais nada.
Então o que sobra? Penso eu que, o conjunto destas coisas aliadas às experiências e ao status de estar em Florianópolis; e, alguns locais elitistas para privilegiadíssimo; que confesso nos salva como destino turístico.
Diante de todas estas críticas a cidade que amo e escolhi para formar a minha família, vejo-a a cada dia estar sem rumo e sem alma.
Porque a árvore que já está não pode ficar ligada? Porque não se pode investigar com a “coisa” funcionando? Tanta coisa acontece neste país e só se investiga depois que já aconteceu? Que cara ficará os empreendedores turísticos que já lutam a duras penas para sobreviverem, quando o turista perguntar da programação do natal e ano novo?
No mínimo, constrangedor e embaraçoso. E aqui não quero fazer julgamentos do certo ou do errado, nem mesmo apoiar os gastos ou as investigações. São apenas questionamentos que fiz quando em um domingo a noite corri com meu carro para ver a tal árvore interativa com minha esposa e filho, pois iria ser apagada; e, teríamos apenas uma “coisa” no sentido restrito da palavra. Algo sem vida, sem razão e principalmente, carregada do espírito anti-natalino.
Ah, árvore de natal. Quem sabe no ano que vem nossos representantes pensem melhor, ou conversem antes com o Papai Noel, quem sabe ele possa trazer dentro do seu saco um pouco de solidariedade, compromisso com a cidade e turistas, pois creio que teremos dificuldades de atraí-los, se não sabemos para onde queremos ir, o que queremos e o que devemos fazer, mas principalmente, quem poderá ser contra e a favor das propostas.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Lazer no Esporte de Rendimento: um olhar sobre a esfera do assistir e do conhecer.

Em minha participação no 21º Encontro Catarinense de Recreação e Lazer, realizado na Grande Florianópolis (SC), entre os dias 05 a 08 de novembro de 2009, me foi dada a oportunidade de falar sobre a “diversidade dos conceitos de lazer e recreação no âmbito da política, do esporte e da educação física”. Na mesa que foi composta estavam a Profa. Rejane Penna Rodrigues – Secretária de Esporte e Lazer do Ministério do Esporte e a Profa. Christianne Luce Gomes, da UFMG.
O desafio de falar de esporte e lazer, tema tantas vezes debatido em encontros de recreação e lazer, me remeteu a pensar na possibilidade de pensar em duas linhas. Na primeira, tecer um olhar sobre o esporte de rendimento como lazer, visto que grande parte da comunidade da recreação e lazer entende este tipo de esporte como uma forma diferente de lazer. Neste sentido, foquei o olhar de análise na ênfase ao gênero do assistir e do conhecer, não me restringindo apenas ao praticar, muito comum quando se pensa em recreação e lazer.
Desta forma, iniciei a minha fala com dois pequenos vídeos que buscando uma representação temporal das práticas de esporte de rendimento. O primeiro é um trailer do filme Gladiador
já o segundo é uma reportagem sobre a torcida do Flamengo

Após assistir os vídeos, podemos efetuar algumas comparações independentemente dos períodos históricos, visto que a essência do esporte de rendimento como lazer na esfera do assistir pouco foi alterada.
A primeira parte que chama a atenção é a entrada dos atletas (gladiadores) e dos torcedores, na qual, o primeiro na busca da sobrevivência, e os segundos na busca da satisfação quanto paixão. O espaço do Coliseu e o do Maracanã, neste momento se parecem quanto espaço de vivência, na qual poucas são as alterações.
Os movimentos de torcedores, os camarotes dos mais abastados, o grito aos heróis, a celebração das conquistas durante a ação, o barulho dos tambores, a competitividade, as estátuas nos arredores do estádio, a idolatria das crianças, o desejo das mulheres. Aspectos marcantes das ações do esporte de rendimento em qualquer época.
Além destas relações que se pode fazer entre um vídeo e outro, no campo das manifestações contemporâneas do lazer nas esferas do assistir e do conhecer, a mídia estimula a massificação do assistir o rendimento, no momento em que diariamente e semanalmente são apresentados assuntos de esportes em telejornais, ou mesmo programas específicos sobre esporte, que na sua grande maioria das vezes são sobre esporte de rendimento.
Na esfera do conhecer, as publicações esportivas ou canais de portais da internet possibilitam uma maior contextualização e conhecimento daquilo que esta acontecendo com o mundo do esporte.
O esporte além de ser uma paixão é uma das maiores formas de lazer, relacionadas às influências culturais, nas quais, estas interferem diretamente no desenvolvimento das ações e nas possibilidades do assistir e conhecer. O esporte aproxima pessoas de diversos níveis sociais, torna-os iguais quando cada um coloca a camiseta do seu time, quando entrar no espaço do campo, quando cantam e torcem.
O assistir carregado de emoção e interação torna um possível lazer passivo, na visão de alguns, em algo extremamente ativo, mesmo que na esfera de expectador e no estudo como ação de lazer.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Lazer e as Novas Tendências: evolução tecnológica

Tive uma participação no 8o Fórum Internacional de Esportes neste estive presente em dois momentos: o primeiro como presidente da mesa Lazer e recreação: novas tecnologias; e, o segundo, ministrando o curso Laboratório de Recreação.
Na preparação da minha fala no primeiro momento comecei a refletir sobre quais seriam as novas tendências voltadas ao lazer e a recreação e como estas se manifestam e se manifestariam em nosso contexto social. Desta forma, pensei em 3 campos: o tecnológico, o social e o ambiental, visto que no meu olhar, entendo que estes pontos terão maiores alterações.
Para cada um destes que chamarei de variável das novas tendências busquei categorias. Para a tecnologia, busquei o resgate da música, telefonia, televisão, informação, jogos, comunicações e interações.
Neste foco inicio pela musica lembrando que na época dos meus pais tinha o bolachão, depois veio o long play, a fita cassete, o CD, DVD, Mini-disk, Mp3, Ipod, óculos de sol com fone, fone WI FI, jaqueta com Mp3. Estas são algumas formas de mídias, mas o mais interessante de tudo é que antes a música era “guardada” em uma mídia específica, muito diferente de hoje que você pode enviar por Bluetooth, via pen drive; e, assim, não existe mais um espaço onde a música sé guardada. Outra alteração é que pouco se escuta rádio. O usuário grava as músicas que possui preferência e escuta em seu aparelho.
Os celulares antigamente eram chamados de “tijolões”, depois vivemos um momento de miniaturização, ninguém queria um celular grande e pesado. Dos largos para os slims, dos sem internete para os com internete e das telas rígidas para as telas que você pode acionar com o dedo. Dos teclados normais para os flips, dos flips para os slices, do touch screem para objetos de luxo e do analógico para o digital. Daqueles que apenas ligavam para os que até fazem ligações telefônicas.
O que tem o lazer com a evolução destas duas variáveis? A música é só lazer, se utiliza para entretenimento. Já o celular virou ferramenta de lazer e recreação, pois todos possuem câmera fotográfica, jogos, acesso a internete, papeis de parede, vários tipos de toques; e, hoje você joga apenas movimentando o aparelho.
Os Jogos evoluíram também, pois quando eu era criança eu jogava ludo, hoje meu filho com 3 anos joga conectado na internete e pouco usa os jogos de tabuleiros. Das cartas ao tabuleiro, do vídeo game, descrito por Luiz Octavio Camargo, em 1980 no livro O Que é Lazer, como uma das alternativas de lazer, as minhas lembranças são: Dynacon, Atari, Mega Drive com os seus cartuchos, aos jogos de computadores e atualmente os Playstations, Xbox, I e outros que possuem CDs e DVDs com altas definições, direcionando aos pequenos celulares. Lembro que sabia apenas jogar os formatos lineares do atari e que posteriormente com meu cunhado 20 anos mais novo do que eu, tive a oportunidade de experimentar os jogos em 2 Ds e 3 Ds, era muito difícil para quem tinha na épóca um modelo mental linear.
A interatividade era somente jogador – computador; hoje, jogador – jogador, sendo o computador apenas um meio de interação. Quantos controles estragaram por causa dos fios? Hoje não existem cabos, os controles entraram na era WI FI, juntamente com vários consoles que simulam sinais e repostas. Outro dia assistia um programa sobre games e vi uma reportagem que mostrava a criação de uma roupa na qual o jogador sentia o impacto dos golpes dos jogos de luta. Sensações virtuais, porém reais.
As mudanças na forma de se relacionar. Os bate-papos eram sujeito-sujeito, hoje não temos um dia que não conversamos virtualmente. Mirc, MSN, Skype evoluíram de tal forma que você pode escrever, ver, falar e enviar, digitalizando as emoções em símbolos ou desenhos, na qual mudaram a forma de se relacionar, escrever e sentir. Olha os namoros virtuais como evoluíram.
Neste foco, muitas outras formas de tecnologia evoluíram, aqui trouxe apenas alguns exemplos, para mostrar que o lazer deve e evolui juntamente com estes equipamentos e conceitos. Cabe pensarmos mesmo superficialmente que estes são instrumentos para uma melhoria do lazer, não sendo as únicas formas de manifestar-se. O encontro com a natureza, com o meio ambiente que nos circunda e as relações sociais, que serão alvos de outros textos, assim como, as diversas manifestações de lazer existente devem compor o espectro do lazer, possibilitando ao indivíduo a satisfação das suas necessidades e desejos.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Erotismo como Lazer

Faz algum tempo que venho pesquisando e refletindo sobre as manifestações eróticas como práticas de lazer no tempo livre das pessoas. Comecei a pensar nisto quando ha alguns anos atrás fui surpreendido por uma namorada que no momento do "lazer erótico", tira da bolsa uma caixinha com cartas chamado Jogo do Toque. Naquela época e em plena adolescência comecei a refeltir sobre as possibilidades de lazer que isto representa no cotidiano das pessoas, visto a grande liberdade que o erotismo tem tido em nosso cotidiano.
Como naquele momento acreditava que falar de erotismo como lazer poderia ser criticado quanto aos tipos de lazer, decidir não exteriorizar minhas idéias, mas sempre estive monitorando a evolução do mercado e principalmente dos discursos nas rodas de amigos, as imagens apresentadas pelos programas de televisão, a explosão da internet e principalmente a tentativa desenfreada de controle de pais e autoridades quanto a exploração inadequada destas possibilidades de lazer.
O que me fez escrever um trabalho a dois anos no Encontro Catarinense de Lazer, apresentando o erotismo como conteúdo do lazer, foi que ao comprar uma caneta em uma papelaria de um shopping center, no balcão do caixa junto a uma série de "badulaques" tinha um conjuntinho de dados (de jogar mesmo) com posições sexuais e tipos de "carinhos", que jogando os dois simultaneamente indicava a ação dos parceiros. Por curiosidade perguntei a caixa: Quem é que compra isto ai? É mais adolescente? Sem constrangimento ela responde. Todo mundo. Adolescente, adulto, casado, solteiro. Estamos vendendo muito.
Casualmente hoje estava em uma rua da cidade, às 10 horas da manhã quando recebi de um panfleteiro um bilhetinho. O engraçado que ele deu a mim e não as duas moças que trabalham comigo e que naquele momento estavam caminhando ao meu lado. No bilhetinho dizia: “J........ (um nome), cabelos pretos (19 anos, saradinha) 24hs. Peitos bem grandes, sem barriga, bunda empinada, rosto de menininha, c/ local e um telefone”. Quando li mostrei as meninas que estavam comigo, ficaram chocadas. Disse a elas: “Meninas, é o mercado. Um dos mais antigos do mundo”. O problema é que se a minha mãe lesse este texto do blog ficaria horrorizada, acharia que eu sou o maior pervertido do mundo, ou mesmo, quem é este tarado que esta escrevendo isto em um espaço de comunicação.
Responderia-lhe: Professor e pesquisador de Lazer e Recreação antenado no mundo, sem preconceitos ou tabus, mas principalmente preocupado com a formação global dos alunos quanto ao lazer e as formas de entretenimento contemporâneo.
Lembro que este tipo de lazer é muito antigo. Os homens em todas as épocas da civilização já buscavam os espaços da “casa da luz vermelha”, as boates e outros lugares. A alguns anos atrás foi a febre dos clubes de mulheres, na qual muitas iam apenas para dar umas boas risadas e liberar o estresse. Todas que foram, voltam pelos momentos de divertimento sem sexo.
As vídeos locadoras que tinham as suas salas escuras no cantinho da loja com cortinas pretas e que todo mundo ficava se cuidando para entrar e sair, hoje tem uma nova roupagem e é vista de outra forma pelos seus freqüentadores.
Quando a uns 8 anos o Jó Soares entrevistava em plena Rede Globo o ex-padre proprietário de uma casa chamada Sofazão em Porto Alegre (RS). Naquele momento todo mundo ficou chocado até o apresentador. Hoje a palavra swing é sinônimo de lazer erótico.
Quantas brigas foram travadas por casais quando um deles descobre as aventuras “internalticas” do outro em sites eróticos? Já contaste quantas sexshops tem no seu bairro? Antes era uma porta no cantinho e sem vitrine, hoje as vitrines e os anúncios são elaborados e chamam a atenção do público, com serviços de tele-entrega, correios e malotes especiais para aqueles que ainda temem de entrar nas lojas.
Novas formas de lazer, que são muito velhas, mas que ninguém quer escrever, comentar ou mesmo dizer que faz. Tabus sociais.
E ai tem algumas coisas interessantes quanto ao erotismo como lazer. Não se relaciona especificamente ao sexo, mas também, a situações que geram sensações de desejo, fetiche, paixão, etc. Isto pode estar em um filme, uma peça de teatro, uma obra de arte, uma propaganda e tantas outras manifestações de nosso cotidiano que estão para todos.
O que pode saltar aos olhos quando se fala deste tema é a possibilidade de liberalismo e do descontrole disto, que no ponto de vista do lazer se torna um anti-lazer, algo que foge aos padrões de normalidade mesmo no tempo livre.
Penso que campanhas de educação para o lazer erótico possam vir a ser uma excelente alternativa para o desenvolvimento de um lazer saudável, já que, este texto não prego a promiscuidade e nem mesmo o fazer-por-fazer. Os maridos e mulheres casados podem fazer lazer erótico após 40 anos de casados, se divertir e sentir prazer. Como diz um slogan de um motel de nossa região “troque de ambiente, não de companhia”.
Deixe sua opinião em nossa enquente.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Será que o Turismo salva a Crise?

Como dizem os economistas nas maiorias das perguntas sobre crise "esta é uma pergunta que vale 1 milhão de dolares".

Podemos tentar entender o contexto atual principalmente dos destinos turísticos brasileiros por dois focos mesmo que de forma superficial. O primeiro se refere a relaçào cambial e esta se relaciona ao turismo e tem influência direta de um turismo emissor,ou seja, de braslieros que buscam destinos internacionais, principalmente a Europa e os Estados Unidos. Estes devido ao aumento da relação Dolar-Real buscam re-planejar suas viagens para um turismo interno (no próprio país). O segundo foco se dá no ambito do turismo receptivo, na qual os nossos destinos recebem turistas de origens internacionais, sendo estes motivados não somente pelos nosso atrativos turísticos, mas também, por que suas moedas tendem a valer mais do que o real e desta forma o poder de compra, ou mesmo o prolongamento de tempo no destino aumenta.

Creio que a curto prazo e na minha visão até meados do final do primeiro semestre de 2009 teremos principalmente nos destinos de sol e mar um reflexo das cifras deixadas por turistas internacionais, mostrando de forma clara o efeito multiplicador do turismo, já que, muitas das regiões brasileiras afetadas pela crise - principalmente polos industriais, já estão sofrendo com cortes de custos, demissões e fechamento de unidades de negócios.Este reflexo financeiro do turismo irá de certa forma aquecer de maneira maqueada o mercado do comercio nestes destinos turisticos e nas suas cercanias.

Por este reflexo ser de otimismo diante das pequenas e médias empresas, princinpalmente do comercio e serviços, estas poderão sofrer os reflexos diretos da crise no segundo sementre do ano, visto que, os lastros financeiros do turismo já estarão sendo esgotados e refletirão no mercado. A sazonalidade tão debatida pelo trade turistico pode ser minimizada pela utilização dos destinos como polos receptivos de eventos internacionais e nacionais, possibilitando uma diminuição do declínio do mercado.

O turismo pode salvar sim, mas deve ter preocupãções como o profissionalismo nos serviços principailmente de receptivo e atendimento; e, ainda de promoção dos destinos, sem maquiagens e esteriótipos, já que para atrair turistas internacionais e matê-los - pois estes gastam e geram "folego" ao mercado regional - se faz necessário o desenvolvimento programas de médio e longo prazo, buscando conscientizar a sociedade, as empresas da importancia do turismo e seus reflexos.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Eventos em Época de Crise

"Quando nada acontece, há um milagre que não estamos vendo". (João Guimarães Rosa)

O mercado de evento parece ter entrado em estado de choque nos últimos meses com a crise financeira que afeta o mundo e que é a cada dia disseminada pelos meios de comunicação de massa. O mercado de evento por si só é um segmento extremamente dinâmico e flutuante, por vezes sazonal e estratificado,porém, nos últimos anos tem sido uma das aréas relacionadas ao turismo que mais crescem no país.
Por mais que haja um temor de reduções tanto de custos, quanto de recursos nas industrias, empresas e organizações de um modo geral, para o mercado de eventos a crise pode se tornar um espaço de crescimento e geração de novos projetos.
Os mais pessimistas diriam que isto é algo impossível de ser pensado, já que demissões, férias coletivas, redução de produção, são algumas das saídas encontradas por organizações para enfrentarem a crise.
Os mais otimistas, que é o meu caso, entende a crise como uma oportunidade,princiaplmente para o mercado de eventos. Explico. Se entendermos os eventos como uma possibilidade de marketing, e pensarmos nos 4 Ps (preço, praça,promoção e produto), podemos entender que em época de crise os Produtos já foram desenvolvidos e em grande parte se excendem nas fábricas, fazendo com que este P seja reduzido, ou seja, a industria tende a diminuir a produção, visto que há uma menor demanda do mercado; raramente haverá uma expansão geográfica ou a abertura de novas unidades de negócios, pelo contrário, há sim uma redução e fechamento das unidades de negócios, estas se referem ao P da Praça.
Quanto ao preço, como há uma maior produção e uma menor percepção de compra as empresas tendem a reduzir preços para competir, criando as promoções em preço, este se refere ao P do Preço. E por fim, mais produtos estocados, menor expansão e aumento da empresa e promoção de preço, falta apenas atingir o consumidor, e nesta linha o P da Promoção se apreenta. Neste caso os eventos que promovem marcas, produtos e empresas podem se desenvolver, visando aumentar as possibilidade de exposição destas, visando a curto e médio prazo as possibilidades de vendas.
Não é fácil, mas também, não é dificil, como comulmente falamos em Florianópolis, cabe sim, a criação de eventos diferenciados e com grande personalização, visando atingir públicos específicos.
Agora é a hora de eventos promocionais.