segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Integrando Pessoas. Multiplicando Resultados

Na última semana de novembro estive desenvolvendo um trabalho junto a equipe da IEDUCORP na cidade de Chapecó, região Oeste do estado de Santa Catarina. Durante dois dias pude transmitir a empresários e colaboradores de organizações da região um pouco dos conceitos pós-industriais, bem como a importância de criar equipes e desenvolver competências inter-pessoais.

A primeira etapa do conteúdo abordado está na vinculação sócio-cultural de trabalho, na categoria industrial e na pós-industrial. Como princípios do modelo industrial temos para Alvin Toffler a padronização, a especialização, a sincronização, a concentração, maximização e a centralização. Estes compuseram e ainda compõem organizações neste modelo que também propícia a pouca integração visto o fracionamento das ações de trabalho e a maior busca pela maximização de resultados em um menor tempo de operação.

Já os trabalhadores pós-industriais para Domenico De Masi assim como suas organizações estão calcados na intelectualização, na criatividade, na ética, estética, feminilização, subjetividade, afetividade, desestruturação e na busca pela qualidade de vida.

No foco da desestruturação cabe apenas um lembrete: as variáveis pricinpais para este entendimento se relaciona ao tempo, ao espaço, as relações sociais. Quanto ao tempo hoje o tempo destinado ao trabalho está vinculado ao tempo do cérebro, ou seja, os mentes-de-obra nunca param de pensar; e, em consequência disto nunca param de trabalhar. O cérebro é a maior ferramenta de trabalho auxiliada pelos equipamentos tecnológicos, como os computadores, iPads, iPhones, internet e e outros apetrechos que ajudam esta relação. Com esta caraterização o espaço de trabalho tende a se transformar, bem como por vezes não existir. Não se tem mais um espaço fisico definido para trabalho, qualquer local pode ser um local de trabalho desde que se tenha uma conexão de internet. Hoje estou escrevendo da praça de alimentação da universidade onde atuo. a HUB uma empresa mundial alug escritórios para empresas e profissionais que não os possuem. Este contexto requer um repensar nas relações sociais, de trabalho e de família. Em grande parte estas relações se virutalizam, mas também possibilitam uma ampliação do network, tornando-o global, já que as relações pelas redes sociais podem transpor as esferas geográficas. Já estamos conectados 24 horas por dia, administrando nossos avatares e nossos contatos.

A Geração Y (nascidos a partir de 1990) já estão nos demonstrando estas questões. Confira o vídeo abaixo e fique atento aos detalhes de interação.




Viramos avatares e avatar quer dizer encarnação de um Deus. Os empresários da sala fica me olhando como se eu estivesse falando alguma coisa que não fosse verdade. Complemento uma fala dizendo que não precisam se preocupar em competir com estes garotos e garotas, pois será dificil alcançá-los, se preocupem em gerir a carreira deles de forma que possam interagir em equipes e desenvolver ações que sejam geradoras de resultados. Quem sabe desta forma todos terão sucesso.


Esta manifestação de gerir os geradores deste novo séculos, pois há uma desorientação completa, visto que quando se tem no armário mais de uma gravata azul, fica muito dificil escolher qual dos tons de azul usar, mesmo que todas sejam azuis. Este é o mundo dos Ys. Muitas possibilidades, várias coisas que podem ser desenvolvidas, mas também muitas indecisões e receios. Parece-me que quanto mais possibilidades temos de escolha, mais as escolhas se tornam dificéis de serem feitas. É neste contexto que trago o gerir a carreira. o gestor será muito mais um coach do que qualquer coisa.

Continuo o encontro trazendo para o espaço de aprendizagem as relações de necessidades e desejos, com uma pequena histórinha retiradao do livro La Fantasia e la Concretezza de Domenico De Masi, traduzido para o português como Criatividade. 
"Cada manhã  na África uma gazela se levanta. Sabe que deverá correr mais rápido do que o leão, ou será comida. Cada manhã na África um leão se levanta. Sabe que deverá correr mais do que a gazela, ou morrerá de fome. Quando o sol surge não importa ser um leão ou uma gazela. É melhor começar a correr".
 Um tem a necessidade de comer e o outro de não ser comido, mas será que todos os dias devemos correr, ou antes devemos monitorar onde se encontra o leão ou o quanto de esforço é necessário para alcançar a gazela?

Esta historinha representa bem os dias atuais, uma correria desenfreada sem ao menos tentarmos compreender o que somos, o que queremos, o que devemos fazer o como nos relacionarmos para alcançar os resultados. Então antes de correr é melhor olhar em volta e definir um percurso, pois simplesmente correr pode se transformar em uma corrida sem propositos ou mesmo sem direção. Correr para sobreviver denota falta de visão estratégica e planejamento, bem como a falta de envolvimento entre equipes de trabalho e suas reais possibildiades de resultados.

Desta forma, para a alteração destes modelos mentais que ainda persistem em nossas organizações algumas dinâmicas de grupos são realizadas para mostrar quanto nosso modelo mental é definido e defini o que nós somos. Isto resulta em um esquema de que para alteramos um possível comportamento, necessitamos alterar um pensamento. Estas variáveis me fazem lembrar quando eu era aluno de Educação Física, na qual aprendiamos que o aprendizado se manifestada em um percurso cognitivo, associativo e autônomo.

Infelizmente não compramos pessoas prontas para determinadas atribuições ou fiunções, compramos por vezes competências, mas como estamos sempre em fase de aprendizado, não temos como fazer como mostra a figura, ou seja, não existe o profissional que você deseja no almoxarifado. Mesmo que tenhamos competências instaladas, estas precisam em determinados momentos, projetos, processos e ações se adequarem a nova realidade ou situação.  Esta descontrução gera um movimento interno de adaptação, bem como da utilização das competências individuais em grupo. É neste momento que as interações agregam valor ao negócio, gerando as competências coletivas.



Neste foco as competências podem ser desenhandas não somente pelo conhecimento, habilidades e atitudes, mas também, o incremento da experiência independente da idade do indivíduo, já que experiência não esta relacionada com o conceito de vivência. A atitude vai além da pré-disposição do individuo ou de seu perfil, mas se direciona para o campo do envolvimento e da vontade de realização e da perfonrmance.

Neste viés o envolvimento além das possibildiades de relações inter-pessoais desenvolvidas o envolvimento está calcado na visão, ou seja, qual o sentido do trabalho que executam; nas oportunidades apresentadas, nos incentivos oriundos de suas ações; no impacto gerado por aquilo que se faz; no sentido de fazer parte; e, no seu crescimento.

Estas variáveis devem ser consideradas por gestores e equipes, visto que este movimento gera uma sinergia em torno das causas pessoas e coletivas, dos contratos psicológicos gerados, buscando uma otimização e maximização das ações com foco  no resultado.

Integrar pessoas para multiplicarem seus resultados são ações são desenvolvidas nas empresas com foco na geração de competências, como vimos acima. Quando estas são de necessidade técnica os programas de capacitação dão conta das necessidades, porém quando estão na categoria atitude e experiência as necessidades são de programas experienciais em grupo visando uma melhora ou aquisição de comportamentos e pensamentos que possam estar alinhados as necessidades da empresa, desenvolvendo assim uma cultura organizacional que propicie a melhora do resultado.

Cultura organizacional se faz todos os dias, capacitação também, conversa e mais conversa, pois senão os treinamentos, as capacitações, as experiências dentro ou fora da empresa não se perpetuarão e não terão resultados.

" Il faut cultiver notre jardin" Voltaire ("é preciso cultivar nosso jardim")



 


Um comentário:

  1. Olá Professor Geraldo,

    Antes de tudo, excelente texto!

    Só acho que tem um erro, Geração Y, são os nascidos entre a década de 80 e a década de 90 e não após 1990. Correto? Não seria Geração Z?

    Muito boa essa explanação:

    "Quanto ao tempo hoje o tempo destinado ao trabalho está vinculado ao tempo do cérebro, ou seja, os mentes-de-obra nunca param de pensar; e, em consequência disto nunca param de trabalhar"

    Abs,

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