sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Aluga-se um cérebro

Você já viu as promoções daquele tipo de serviço que fala de aluga-se um marido? Pois é. Eu também. Neste mundo corporativo contemporâneo na qual o capital humano está cada vez mais sendo valorizado e as pessoas são aquilo que elas sabem; e, mais aquilo que fazem com o que sabem, por que não adianta apenas ter o conhecimento, se não há experiências, habildiades e atitudes que possam compor suas ações e suas possibildiades de realizações tanto no trabalho, como na vida.

As locações de cérebros são realizadas desde o inicio da nossa história, visto que em determinados momentos o cérebro era escravo, em outros era elitizado e no mundo capitalista  a utilização tem realmente o processo de aluguel. Vamos então as considerações para tentar explicitar esta questão de escravidão, locações, etc.

Quando estive visitando o sítio arqueológico de Pompéia na região Centro-sul da Itália, em uma das conversas com o arqueólogo Filippo Petti, perguntei: Quando os romanos invadiram a Grécia, o que fizeram com os gregos que eram homens-livres? Para escalrecer, os homens-livres em sua grande maioria eram aqueles que tinham o direito de pensar, ou seja de construir tudo aquilo que ainda usufruímos, como a democracia, a política e tantas outras variáveis da nossa vida em sociedade.

A pergunta cabia para o momento por que estávamos no jardim da casa de um dos mais abastados homens de Pompéia e tinhamos na réplica (pois as originais estão no Múseu Arqueólogico di Napoles - um espetáculo) dos afrescos na pareade representações gregas.

Neste momento a resposta foi: os romanos não eram cretinos. sabiam que os gregos tinham muito mais conhecimento, então, cada família abastada romana tinha em sua casa um "tutor" grego para que este pudesse orientar a educação dos filhos. Lembro que esta forma de aluguel era escravagista.

Hoje temos o contrato de trabalho, que na verdade faz com que tenhamos uma " locação" de cérebros, que muitas vezes são vista como aquisições de cérebros. Então, neste momento cabe a sabia frase de Vinícius de Moraes que dizia: ... " que seja eterno enquanto dure".

O mais bacana para o locatário, ou seja aquele que paga pelo cérebro é que as competências deixadas pela massa cinzenta ficam alocadas na empresa. Lembro-me muito bem que quando fui aluno do mestrado e cursa a disciplina de Gestão do Conhecimento, brincávamos com a professora dizendo que gestão do conhecimento é quem conhece quem, a memória do computador, ou mesmo uma boa agenda telefônica. Mas isto era algo apenas para descontrair, porém em determinados momentos vale muito, principalmente o quem conhece quem.

as competências instaladas, como se, diz nas organziações são os acúmulos de cérebros e suas sinapses, já que não adianta ter o cérebro e não ter conexões, já que são elas que fazem pensar, repensar, analizar, conhecer e reconher. Aqui cabe mais uma passagem. Na minha defesa de mestrado que falava sobre qualidade de vida no trabalho e estraégia empresarial, onde em dado momento trazia em seu conteúdo os ativos intangíveis, o professor Dr. Maurício Lima, hoje um amigo e um grande parceiro de cérebro, perguntou-me algo assim, já que não me recordarei da pergunta em sua íntegra: as pessoas são como produtos, que ao longo do tempo perdem sua qualidade, ou possuem um prazo de validade? De pronto respondi que quanto mais faz, mais se especializa, quanto mais vivências, mais experiências, mais auto-confiança, que em determinados momentos podem ser perigosas. Para finalizar a resposta dissem que alguém só possui um prazo de validade determinado se tiver qualquer tipo de sequéla psicológica ou mental, ou mesmo física no cérebro que cause estas duas, como um AVC (acidente vascular cerebral) por exemplo. Estes podem afetar aquilo que o cérebro tem de melhor para oferecer.

Outra forma de apropriação de cérebros é por meio de consultorias, ou seja, se não tenho um cérebro ou cérebros que possam me auxíliar, contrata-se externamente na crença de que a apropriação legítima, pois se paga por ela, possa gerar resultados positivos. Isto ocorre quando aqueles que compraram o conhecimento colocam em prática em suas ações cotidianas.

Uma forma de turbinar o cérebro é colocá-lo para funcionar constantemente; e, para isto o processo de educação permanente, que no caso empresarial se chama de educação corporativa ajuda por meio de cursos, palestras, workshops e outras ferramentas, possibilitando uma melhora cerebral.


Existem algumas organizações que ou não gostam dos seus cérebros ou gostam de fatiá-los, como se faz na aula de anatomia, visto que os dispensam ou mesmo os reduzem a cerebelos, ou seja, àqueles que conduzem os movimentos.

Ok! Os cérebros estão por toda a parte, alguns maiores, outros menores, com mais conexões outros com menos, alguns quimicamente alterados, outros alterados apenas pela vida e pelos estímulos que receberam. O que ainda não falamos é que cérebro ocupa espaço, tem corpo, alma, sentimentos, olhos azuis, vontades, desejos e necessidades, senta em uma cadeira, interage com pessoas e define o destino de empresas e pessoas que estão diretas ou indiretamente ligadas a ela.

Pense também que quando o cérebro deixa seu conteúdo em algum lugar ou para alguém, leva o conteúdo daquilo que experienciou, ou seja não tem data de validade, mas tem um poder que mesmo os cientistas ainda não conseguiram desvendar.

Caso você esteja disposto a fazer uma locação, fico à sua disposição.


sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Vamos ajudar a APAE de Nova Friburgo

Depois dos aconteceimentos que presenciamos pelos telejornais, me junto a causa proposta pelo Instituto Guga Kuerten. O instituto está recebendo doações para ajudar a APAE de Nova Friburgo. Como sei da seriedade das ações desenvolvidas pelo IGK peço a todos que ajudem com qualquer quantia. Entre no portal e seja solidário. http://www.igk.org.br/

Verão 2011. Florianópolis no centro das atenções.

Ser morador de Florianópolis nesta época do ano não é fácil. Há alguns poucos anos que Floripa esta sendo monitorada pelos olhares daqueles que gostam de uma beleza natural exuberante, gente bonita, entretenimento, praia e muita badalação.

Lembro-me que quando ministrava aulas no Curso de Pós-graduação em Turismo, Lazer e Hospitalidade da UNISUL, na disciplina de empresas de lazer e entretenimento, comentava rapidamente sobre um modelo criado por Doxey, chamado Irridex em sua obra Development of Tourism Destinations, na qual tem como princípio fundamental a análise dos comportamentos dos residentes e dos turistas.

 Nesta análise o autor apresenta quatro grandes fases de relacionamentos apresentadas abaixo.

1a) Euforia: fase inicial do desenvolvimento turístico na qual visitante e investidores da atividades são bem vindos. O turismo é visto como uma fonte de emprego e renda pelos residentes.

2a) Apatia: os turistas são valorizados e a atividade é vista como uma atividade que gera rendimentos. Os contatos se tornam mais formais e a relação entre os residentes e turistas possuem um vínculo mais comercial.

3a) Irritação: os residentes tornam-se saturados com a chegada de turistas e passam a desconfiar dos benefícios do turismo.

4a) Antagonismo: o nível de irritação dos visitantes é amplamente expresso. Os turistas são vistos como a causa de todos os problemas.


Isto posto, cabe um esclarecimento: não estou e não sou contra o turismo, os turistas, os investidores ou mesmo as movimentações de pessoas de um destino para o outro. Quando fui um pouco mais a fundo neste modelo descobri que os destinos que possuem este tipo de situação em sua grande maioria não foram destinos preparados para o turismo, ou mesmo para receberem turistas, visto que, o turismo por si só acontece; as pessoas vão chegando, os bares aumentam seus preços habituais, existem necessidades de infra-estrutura para o acolhimento destas pessoas, alguns turistas ao invés de voltarem fixam residência e migram ou mesmo as adquirem para apenas o período de verão.

Neste sentido um bom planejamento urbano se faz necessário, uma boa educação para o bem receber, empresários e investidores sérios e preocupados com a longevidade de seus negócios fazem com que se tenha um turismo com uma maior qualidade.

Floripa como é mais conhecida nacionalmente e internacionalmente, devido a fala dos surfistas da década de 1980  possui os seus contrastes, assim como todas as grandes cidades de nosso país. Mesmo com tantas coisas que em determinadas situação podem ser vistas como pontos negativos, como congestionamentos, super-população no período de alta temporada e outras situações, temos muito mais coisas positivas para contar e mostrar àqueles e àquelas que ainda não conhecem a Ilha da Magia.

Você sabe quando uma cidade esta no topo das atenções? Quando a principal novela da maior televisão de seu país tem um de seus núcleos sediados. É o caso da novela Insensato Coração que inicia na próxima semana. Dá uma olhadinha no comentário do diretor da novela.



Aparecer na revista Caras, no Fantástico e ser palco de celebridades e dos maiores eventos do país faz parte deste destino que encanta a todos. Uma olhadinha para reforçar o que estou dizendo com o sambista Dicró.




Olhando tudo isto e comparando com o Irridex podemos refletir que grande parte das situações trazidas pelo autor realmente existem, mas nossos planejadores, tanto públicos quanto privados estão atentos a tais situações - sejamos positivistas, visto que de qualquer forma precisam atender a uma demanda qualificada e com alto poder de compra.

Nos mais de 25 anos que estou em Florianópolis acompanho o crescimento da cidade e confesso que por vezes o irridex me ataca, mas fico pensando na quantidade de coisas boas que temos, além da fantástica receptividade do povo da ilha da mágia.

Se ainda falta alguma coisa, estamos aprendendo, mas com certeza que vier será bem recebido.