terça-feira, 31 de agosto de 2010

Mudança de Modelo Mental: sobe a escada ou toca piano?

Trarei nesta postagem um pouquinho da minhas aulas de pós-graduação na disciplina de Integração e Desenvolvimento de Competências na qual em um dos tópicos exponho as necessidades de mudança de modelos mentais para pudermos acompanhar as alterações sociais e do mercado.

Então, começo fazendo uma brincadeira na qual os alunos ficam e duplas e disputam uma caneta equidistante as suas posições, marcando pontos a cada "pegada" da caneta. Na primeira etapa parece ser muito simples, conto até 3 e quem for mais rápido pega a caneta e ganha o ponto. Simples. Isto quer dizer que é preciso apenas ser rápido e ficar a atento ao 3.

Na segunda etapa, conto uma historinha informando que a "pegada" na caneta será apenas quando no meio da história aparecer a palavra vermelho. Conto então, uma fábula infantil que aprendemos quando eramos crianças; e, começo assim: Vocês conhecem a história da Chapeuzinho Vermelho; e, é aquela correria para pegar a caneta. Continuo contando e intercalando o vermelho por verde, começando então a mudança de modelo mental.

Neste momento não temos mais somente a rapidez ou hagilidade, mas há necessidade de pensar antes de agir, principalmente por que o vermelho da chapeuzinho já está encravado em nossa mente. Quando o vermelho se transforma em verde a sensação que tenho é de um travamento total dos participantes da brincadeira.

Depois disto, faço uma reflexão dos paradigmas e das necessidades de alterações dos nossos modelos mentais para que possamos viver, conviver e competir nestes novos cenários. Reforço adianta que  apenas ser rápido não resolve, pois ser rápido sem pensar pode gerar um erro estratégico, como dizem os gestores quando erram alguma coisa. Aqui quero fazer um parênteses: Erro estratégico? Creio que quando se desenvolve uma estratégia é para não errar, ou ao menos se deve pensar nos pontos críticos e nos riscos. Isto possibilita a minimização dos erros. Creio também que uma estratégia errada se faz errada pela falta de mensuração e de indicadores no ambito da implementação da estratégia, visto que as estratégias emergentes podem "salvar" aquilo que se apresenta como um possível erro.

Voltando a simples historinha da chapeuzinho vermelho que pode ser verde; e, criada por alguém que disse que era vermelho e sempre acreditamos nisto, mas poderia ser verde, azul, amarelo ou qualquer outra cor. Se eu contar para o meu filho que é verde ele vai acreditar que é verde, pois não conhece. Se já conhece poderia ficar em um estado conformista, aceitando a troca da cor; ou alterar seu estado para crítico, perguntando-me por que na história o chapéu era verde e não vermelho; ainda, para finalizar, poderia me perguntar se o chapéu não poderia ser branco, tendo uma postura criativa.

Modelo mental tem a mesma característica. Se somos criados para pensar e induzidos a pensar de forma conformista, tudo que acontecer foi por que Deus quis ou por que é assim mesmo. Se somos críticos, todos serão rotulados de corneteiros, pessimistas, ou aquele que torce para o jacaré. Já, se somos criativos, somos chamados de inovadores ou de loucos. Quantos rótulos não é mesmo? Prefiro ser chamado de louco do que ficar esperando Deus decidir se o jacaré vai ou não aparecer.

Nos negócios necessitamos alterar nossos modelos mentais todos os dias, mas nem todos conseguem fazer isto. Se tu bates na madeira, tens uma carranca na porta de entrada, ou um pé de arruda no teu escritório é porque realmente a coisa está ficando feia; e, então meu amigo, está na hora de mudar o modelo mental rapidamente. Ou muda, ou morre, ou corre. São as necessidade de Choppra expressadas pelas necessiddades e respostas.

Mas confesso que subir a escada ou tocar piano título desta postagem e que até agora não fiz menção é uma tarefa árdua, por que requer um novo modelo mental, algo atrativo, inovador, possibilitando uma nova experiência, sensação e significado.

Confira o quer eu estou falando assistindo o vídeo abaixo:





Pensar que até os mais velinhos deixam de subir sem fazer esforço apenas para poder desfrutar de notas musicais, que podem por vezes ser desconexas e desarmonicas faz com que haja um inicio de alteração do modelo mental para a experimentação do novo. Já pensastes que aquelas pessoas que passam pela estação todos os dias estão acostumadas a subir de escada rolante trocam pelo piano? Por qual motivo? Desejo de mudança, de coisa nova, ver algo diferente acontecer e de se diferenciar dos outros.

Então. Finalizando, mudar o pensamento requer postura individual e coletiva, principalmente em organizações sérias que buscam resultados positivos e sucesso. Inspirar as pessoas e conduzí-las para pensarem de forma diferente faz com que haja uma oxigenação das culturas, das estruturas e criaturas, com base em uma estratégia clara, definida e tangível, pois não podemos apenas ser rápidos, mas necessitamos ser rápidos e acertivos.

Dá uma tocadinha no piano, mas acerta as notas, por que não têm nada pior do que algo desafinado, tanto para o ouvido, quanto para os negócios. Desafinado nos negócios é chamado de desalinhado.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

A Magia das Telas Brilhantes: a transformação do educar

Tenho pensado constantemente sobre a revoluçãodo processo educacional que estamos vivenciando neste século, já que a cartilha didática da minha primeira série que minha mãe guardou durante tantos anos e que hoje faz parte da minha estante de livros, ela já esta ultrapassada para meu filho de 4 anos; e, vejam vocês, na época eu tinha 7 anos.

Vocês poderiam dizer: Geraldo, os tempos mudaram, aquele livro didático evoluiu e hoje a cartilha é outra.

Pois bem. Pode ser que sim, mas creio que não existe cartilha que dê conta nos dias de hoje das necessidades de aprendizado dessa juventude que sei lá como serão chamadas. X, Y. Os nascidos a partir de 1980, 1990. Poderíamos chamar quem sabe os que nasceram de 2000 até hoje de Geração Global, ou se quisermos uma nome mais bonito e americanizado poderiamos chamar de Global Generation. Fica bonito mesmo.

Independente de qualquer forma de classificação ou rótulo, sei que eu e meus amigos que tiveram filhos no milênio de 2000,  já estão com os filhos digitando seus nomes e derivações do www.algumacoisa.com sem mesmo antes de aprenderem a segurar um lápis ou mesmo uma caneta. João Vitor (04 anos) abduzido pela tela magica do seu celular, ops! aqui que abrir um parênteses. O celular que me refiro fio um aparelho que não queríamos mais, por que estas coisas agorasão descartáveis; e, ele simplesmente adotou como o seu celular. O que ele faz? Joga. Continuando e fechando o parênteses. João Vitor então dá um grito de seu quarto, dizendo: pai, não consigo terminar o meu nome. Perguntei a minha esposa: terminar o nome, como assim? Ela com a sua magistral habilidade materna disse: Vai ver o que ele tá fazendo. Corri. Quando chego no quarto a surpresa. O cara tinha batido o recorde do jogo e já tinha escrito joaov.

Como não tinha mais espaço para a inserção dos caracteres ele ficou brabo por que o nome ficaria incompleto. Outro dia em uma reunião, um dos meus colegas relata que ao chegar em casa observa o filho jogando video game com o computador ao lado conectado ao Google para saber quais as formas de truques para passar as fases do jogo.

Essas telas mágicas. Imaginem que alguém possa digitar antes de escrever? Hoje não olho mais com negatividade o aluno que entra em sala de aula e a primeira coisa que faz é tirar seu super notebook da mochila e apoiar sobre a mesa escolar. São os cadernos do futuro; e, para completar ainda complementam a aula com as informações obtidas pelos blogs, fóruns e wikipedias.

Quanta modernidade desta Global Generation. Inglês? Vão todos nascer com este aplicativo. Aqui cabe duas historinhas.

A primeira vem sendo do João Vitor o protagonista das minhas aventuras como pai-educador. 8 horas da manhã o galego já esta acordado para ver o desenho Word World. Algum criativo, que com certza não viu o filme De volta para o futuro, ou nem mesmo usou Rider de borracha, ou comeu balas xa xa, criou um desenho na qual os bonecos e qualquer objeto traz no traço o seu nome em inglês. Então, a casa que se chama House, tem o formato das letras que forma House. Sinistro, como digo aos meus alunos de graduação.

E, lá esta o camaradinha de 4 anos repetindo as palavras em inglês passadas na tela mágica brilhante.

Outra para fechar as quantidades de histórias desta postagem, foi uma ligação de meu cunhado de 17 anos, que é fluente em inglês desde os 9. Me perguntava: Tô fazendo comercio exterior, já sei falar inglês que outro idioma tu achas que preciso aprender. De pronto e sem pestanejar lhe falei: querido é o Mandarim, só que como demora um pouco mais para aprender, vai fazendo espanhol junto.

O mundo das telas mágicas brilhantes fazem até o cachorro da família sentar-sena frente para ver o que esta aocntecendo no mundo, quem dirá as criaturas ditas racionais.


Então, temos uma situação: como educar, se já estamos sendo educados desde que nascemos. Alfabetização? Aquela que acontecia na escola, esta pra mim tem mais cara de um complemento do que qualquer outra coisa. Livro? Já tem  até Monteiro Lobato virtual.

É professores, educadores e pedagogos, muito cuidado quando entrarem nas salas de aulas, quem sabe o aluno pode entender mais da matéria do que você, ou te perguntar se você viu na internet as últimas notícias que aconteceram no mundo.

Tudo isto é possivel; e, ainda, possivelmente teremos que a cada dia nos adaptar as telas brilhantes, que realmente são muito mais interessantes que os quadros negros, ou brancos. Que elas brilhem para o bem e para o nosso desenvolvimento.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Tem que ser Cabra da Peste: determinação, planejamento e posicionamento para os novos cenários

Durante 5 anos "cantei" minha sogra para que me desse uma linda escultura de barro de retirantes nordestinos, que hoje é a obra de arte mais valiosa de meu escritório; e, cada pessoa que a vê se encanta. Sempre fui um apaixonado pela cultura do Nordeste, mesmo sendo sulista; o livro Vidas Secas de Graciliano Ramos foi um grande aprendizado e incentivo na luta contra as dificuldades. Então, em 2007 por conta de um evento tive a oportunidade de conhecer um pouco mais a região Nordeste do Brasil e tive a grata satisfação de conhecer Caruaru e o Alto do Moura.

Por acaso fiz um curso de modelagem em Arte Figurativa e um dos artistas era o mesmo que a mais de 35 anos havia criado a peça que hoje tenho em meu escritório e que inclusive é mais velha do que eu. Hoje quando alguns querem tocar nos retirantes logo digo: "Meu querido, muito cudidado", complemento dizendo com sutileza, " pode tocar com os olhos e sentir com o coração"

O Alto do Moura é um lugar espetacular possuíndo uma rusticidade típica do Nordeste brasileiro, humilde na forma de viver e riquíssimos na criatividade e na determinação, ou seja, Cabras da Peste, como dizem o povo de lá.

O pior, que na verdade é o melhor de toda esta história é que adotei a expressão nordestina a minha equipe de trabalho. Quando as coisas não vão bem, ou quando as dificuldades estão surgindo e a equipe está começando a desanimar, chamo todo mundo e conclamo dizendo: "Moçada, tem que ser cabra da peste".

Nestes últimos dias estava navegando na internet e assisti um vídeo fantástico de um nadador de águas congeladas e que demonstra o quanto a determinação dos cabras da peste se faz importante nos momentos cruciais. Confira o depoimento:



Mas ser determinado somente não adianta, ter uma forma de se inspirar quando algo não vai bem tamb-em pode ser algo inócuo. Além de todas estas variáveis o planejamento, o posicionamento, o inter-relacionamento, o desenvolvimento de redes sociais, o profissionalismo e um pouco de visão estratégica ajuda no desenrrolar das questões que em determinados momentos podem parecer insolúveis ou impossíveis de serem executadas.


Primeiramente temos que conduzir nossos pensamentos para a criação de um modelo mental de que tudo é possível, na qual a estratégia e a experiência podem auxiliar, juntamente com o tempo, visto que dá tempo de fazer tudo.


Ainda, melhorar a cada dia os processos e a gestão. Costumo dizer a minha equipe quando temos uma quantidade grande de projetos simultâneos, que "se estamos com dificuldades precisamos melhorar nossa gestão e alocar melhor os recursos, conduzindo-os para um melhor resultado".

Muitas vezes temos que respirar fundo, olhar o cenário onde nos encontramos, pensar um cenário pior e um cenário melhor; o que podemos fazer para piorar ou melhorara situação e quem sabem como o nadador de águas congeladas contou, mudarmos nossa estratégia, definirmos nosso posicionamento e convocarmos os cabras da peste.