domingo, 4 de abril de 2010

Judas já era uma capitalista pós-industrial

Em época de Semana Santa e Páscoa cabe bem a reflexão de alguns valores. Sentados, eu e Fernanda (minha esposa) assistindo a Disconvery Channel em um determinado momento mostra um especial da Semana Santa na qual uma das chamadas principais é sobre a traição de Judas e o questionamento apresentado era se tinha ou não traído Jesus por dinheiro. Neste mesmo momento Fernanda me fala o título desta postagem, dizendo de forma muito simples e sábia. Amor, "Judas já era um cara pós-industrial". Complementando-a, inclui a palavra capitalista, visto que muitos pós-industriais ainda possuem alguns outros valores que não estão ligados somente ao dinheiro.
Como tenho me debruçado ultimamente nos textos sobre gestão imediatamente relacionei a nossa realidade empresarial, na qual mais vale alguns trocados do que algumas boas histórias passadas dentro das organizações. É muito comum lermos em revistas voltadas a administração, principalmente na área de RH, sobre o troca-troca de gestores, o sobe e desce nos cargos organizacionais e etc.
Tenho ouvido muito de meus alunos  que é necessário ficar no máximo 2 anos em cada empresa e que é muito importante ter no currículo vários lugares onde você já tenha trabalhado. Será mesmo? Quando faço este questionamento as criaturas ficam mudas, com uma expressão assustada e pálidos. O que realmente importa? Será que é pingar de galho em galho ou ficar na organização e tentar subir os escalões?
Nestes casos temos duas situações que se relacionam a satisfação do colaborador. Primeira: se está satisfeito e se os valores da empresa condizem com os valores individuais, para que mudar de organização.Segundo: se não está satisfeito ou se os valores não batem, ai realmente é hora de procurar um novo local de trabalho.
Comento também, que temos os colaboradores alpinistas ou conquistadores, que trabalham duro para conquistar seu lugar ao sol e quando conquistam largam sem mesmo aproveitarem os bônus que o sacrifício lhe proporcionou. Criaturas que não conseguem viver em tranquilidade. Sempre necessitam conquistar novos cargos e lugares. Isto pode ser excelente para o alcance de metas organizacionais e quanto questões empreendedoras, mas é extremamente ruim para quem ascende; e, além disto para o RH  e o grupo de colaboradores que fazem parte da empresa e estão ao lado dos alpinistas.
Trocar um empresa por um pequeno aumento de salário e deixar para trás uma história pode ser frustrante para quem sai, porque o valor monetário é momentâneo, mas principalmente para quem fica, pois todos possuem a sensação de abandono, traição e descaso. Poucos são aqueles que pensam que cada um deve seguir o seu destino e suas aspirações, visto que este pensamento ainda é muito jovem. Temos criaturas trabalhadoras de grandes empresas pós-industriais dizendo querer ficar o resto da sua vida na mesma empresa. Caso de alguns (grande parte) dos colaboradores da Google.
O quê vale mais? Dinheiro ou felicidade? Felicidade com dinheiro é claro, mas uma boa história nas organizações tem muito mais valor quando dormimos ou quando somos chamados pelo pessoal do jornalzinho interno para contar a nossa história e servimos de exemplo para outros.
Dinheiro? Se gasta e se junta novamente, seja na empresa que se está ou na futura. Se você entende que dinheiro é o mais importante, comece a pensar no que fazer para ajudar a sua empresa a ganhar mais; e, assim, mostrando resultados, você pode ser agraciado com as diversas formas de remuneração variável, ou mesmo fixas.
Feliz Páscoa!

Um comentário:

  1. Geovanio Batista André6 de abril de 2010 às 23:24

    Acredito que comeca por dinheiro e continua pelos sentimentos que empurram a humanidade (amor, ódio, reconhecimento...)

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