sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Verão 2011. Florianópolis no centro das atenções.

Ser morador de Florianópolis nesta época do ano não é fácil. Há alguns poucos anos que Floripa esta sendo monitorada pelos olhares daqueles que gostam de uma beleza natural exuberante, gente bonita, entretenimento, praia e muita badalação.

Lembro-me que quando ministrava aulas no Curso de Pós-graduação em Turismo, Lazer e Hospitalidade da UNISUL, na disciplina de empresas de lazer e entretenimento, comentava rapidamente sobre um modelo criado por Doxey, chamado Irridex em sua obra Development of Tourism Destinations, na qual tem como princípio fundamental a análise dos comportamentos dos residentes e dos turistas.

 Nesta análise o autor apresenta quatro grandes fases de relacionamentos apresentadas abaixo.

1a) Euforia: fase inicial do desenvolvimento turístico na qual visitante e investidores da atividades são bem vindos. O turismo é visto como uma fonte de emprego e renda pelos residentes.

2a) Apatia: os turistas são valorizados e a atividade é vista como uma atividade que gera rendimentos. Os contatos se tornam mais formais e a relação entre os residentes e turistas possuem um vínculo mais comercial.

3a) Irritação: os residentes tornam-se saturados com a chegada de turistas e passam a desconfiar dos benefícios do turismo.

4a) Antagonismo: o nível de irritação dos visitantes é amplamente expresso. Os turistas são vistos como a causa de todos os problemas.


Isto posto, cabe um esclarecimento: não estou e não sou contra o turismo, os turistas, os investidores ou mesmo as movimentações de pessoas de um destino para o outro. Quando fui um pouco mais a fundo neste modelo descobri que os destinos que possuem este tipo de situação em sua grande maioria não foram destinos preparados para o turismo, ou mesmo para receberem turistas, visto que, o turismo por si só acontece; as pessoas vão chegando, os bares aumentam seus preços habituais, existem necessidades de infra-estrutura para o acolhimento destas pessoas, alguns turistas ao invés de voltarem fixam residência e migram ou mesmo as adquirem para apenas o período de verão.

Neste sentido um bom planejamento urbano se faz necessário, uma boa educação para o bem receber, empresários e investidores sérios e preocupados com a longevidade de seus negócios fazem com que se tenha um turismo com uma maior qualidade.

Floripa como é mais conhecida nacionalmente e internacionalmente, devido a fala dos surfistas da década de 1980  possui os seus contrastes, assim como todas as grandes cidades de nosso país. Mesmo com tantas coisas que em determinadas situação podem ser vistas como pontos negativos, como congestionamentos, super-população no período de alta temporada e outras situações, temos muito mais coisas positivas para contar e mostrar àqueles e àquelas que ainda não conhecem a Ilha da Magia.

Você sabe quando uma cidade esta no topo das atenções? Quando a principal novela da maior televisão de seu país tem um de seus núcleos sediados. É o caso da novela Insensato Coração que inicia na próxima semana. Dá uma olhadinha no comentário do diretor da novela.



Aparecer na revista Caras, no Fantástico e ser palco de celebridades e dos maiores eventos do país faz parte deste destino que encanta a todos. Uma olhadinha para reforçar o que estou dizendo com o sambista Dicró.




Olhando tudo isto e comparando com o Irridex podemos refletir que grande parte das situações trazidas pelo autor realmente existem, mas nossos planejadores, tanto públicos quanto privados estão atentos a tais situações - sejamos positivistas, visto que de qualquer forma precisam atender a uma demanda qualificada e com alto poder de compra.

Nos mais de 25 anos que estou em Florianópolis acompanho o crescimento da cidade e confesso que por vezes o irridex me ataca, mas fico pensando na quantidade de coisas boas que temos, além da fantástica receptividade do povo da ilha da mágia.

Se ainda falta alguma coisa, estamos aprendendo, mas com certeza que vier será bem recebido.

Um comentário:

  1. Gostei muito da análise, Geraldo.

    Confesso que sinto a mesma coisa e só moro aqui há 5 anos, mas já me sinto um pouco "dona" do local também..rss

    Acho que o comentário foi bem pertinente, mas esse paradigma das contradições é que faz Floripa uma bênção também.

    Grande abraço,
    Geisa Rodrigues
    AG3 Consulting

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