quinta-feira, 20 de maio de 2010

Real e virtual: a vida em transformação

Tive a oportunidade no primeiro final de semana de maio de participar do 9o Fórum Internacional de Esportes, realizado em Florianópolis. Minha fala foi baseada na experiência de um pai e de um tio que possui um filho de 4 anos, uma sobrinha de 8 e outra de 2 anos de idade e confesso que não de um pesquisador.
Comecei mostrando uma foto de uma antiga maquina de escrever da Olivetti; e, perguntei se todos na sala sabiam que equipamento era aquele. Para meu espanto os mais de 150 que estavam ali conheciam uma maquina de escrever. Porém, Ana minha sobrinha de 8 anos em umas das nossas passeadas ao Brique da Redenção em Porto Alegre, em uma das viagens em família, perguntou:
- Tio! Que maquina é esta?
- É o computador do passado, minha flor. A teclas que são em escadinhas eram o teclado do computador. A pessoa batia os dedos e uma varinha de metal com as letras marcava o papel com tinta.
- Mas Tio! Onde que as pessoas colocavam o pen drive?
- Com o meu manezes, eu disse: Ana, ai tu me quebra todo. Não tinha pen drive.
- Nem cd, tio?
Lembro que meu pai tinha uma Olivetti laranja com uma capa azul e uma faixa preta no centro, era linda e hoje com certeza faria parte da minha prateleira de artes.
Continuei a palestra mostrando as descobertas da Ana. Mostrei duas latas unidas por um barbante, o que eu conhecia na minha época como telefone sem fio. Ana, então, depois de brincar e descobrir junto com Joao Vitor meu filho de 4 anos e Duda de 2, pergunta:
- Tio? Não tem tela pra tocar com o dedo.
 Digo com muita sutileza.- Ana isto é antigo e não se compara com o teu Iphone.
Essa Ana não é fácil. Cada pergunta, nossa senhora, onde vão parar estas crianças poderíamos dizer. Eu digo, não vão parar, simplesmente acompanham a evolução tecnológica, coisa que por vezes ficamos com medo.
Outra lâmina do power point trazia um desejo do João Vitor. Uma bicicleta do Hot Weels, só porque a bicicleta quando acelera o punho (como uma moto de verdade) ela faz o som de um motor.
Quantas e quantas vezes coloquei um pedaço de tampa de margarina presa com um prendedor de roupa de madeira estrategicamente posicionado para que a tampa batesse no raio e com o movimento da roda fizesse o barulho de um motor de moto. Nossa, como era gostoso ouvir aquele barulho. Cansava as pernas, mas  era gostoso.
Então, para mostrar a todos o quanto evoluiu a bicicleta apresentei os vídeos abaixo:





Quanta diferença. Antes cada um tinha a sua bike, se tivesse um arranhãozinho era uma confusão. Hoje as bicicletas estão na esquinas das ruas europeias, na qual  você escolhe se vai de ônibus ou bike. Na bike, paga-se o mesmo preço e você pega e larga nas estações próprias em determinados locais.
No período que fiquei em Roma as bicicletas eram utilizadas por todo mundo. Homens de ternos e gravatas, mulheres de vestidos e saias. Era até bonito de se ver como dizem os manezinhos. Até eu  usei as bikes com as moedinhas de Euro.
Continuei a palestra dizendo coisas que todo mundo não acredita, ou se não acreditam não aceitam, ou pior negam, sabendo que existe.
Falei do meu WII, que troquei por uma viagem. Isto mesmo. Ao invés de viajar, compramos um vídeo game ultra moderno.
Duda a pequeninha da família, uma loirinha inteligente  já sabe jogar com os controles sem fios. Cada vez que ligamos o aparelho ela diz:
- Tio Gelaldo, coloca o jogo do Macaco.
O jogo do macaco é simples, mas complexo ao mesmo tempo. Para o macaco participar da corrida e acelerar a nave é preciso sacudir os braços de baixo para cima. Então, a pequena Duda, saí balançando os braços rapidamente para ver o macaco sair voando no meio de obstáculos e bananas energéticas.
Quando alguém fala da inteligência destes pequenos lembro da minha professora de Filosofia chamada Julie, que hoje é minha colega na UNISUL. Dizia ela citando Platão, que as criaturas quando morrem entram em um rio, chamado Rio do Esquecimento, na qual para voltar para uma nova vida estão precisam atravessar o rio. As recordações e os conhecimentos da vida anterior são trazidas de acordo com a quantidade de água que a criatura toma ao fazer a travessia. Quanto mais água tomar, menos lembrará. Estas crianças aprenderam a mergulhar, só pode. Crianças, como eu aprendo com elas, nossa senhora! Hoje são alvos das minhas palestras.
Termino minha palestra com um vídeo do futuro do ócio criativo. Antes do vídeo final um conceito projetado pela nokia, mostro o vídeo de Domenico de Masi, que já foi postado em fevereiro de 2010, com o título "Quando me preocupo, relaxo". Que acho interessante você ver antes de ver o que esta abaixo.



Termino então dizendo aos mais de 150 professores de Educação Física e Esportes que ali estavam. Não se assuntem vocês não perderão seus empregos, vocês não se transformarão em robôs, vocês podem equilibrar o virtual dos vídeo games com o brincar na rua, vocês podem não aceitar, mas com certeza o mundo virtual e as tecnologias estão transformando as suas vidas. ;)

Nenhum comentário:

Postar um comentário