quinta-feira, 8 de julho de 2010

Férias de Inverno: o que a Serra Gaúcha pode mostrar a gestores de turismo de outros destinos?

Nestas férias de inverno, que são apenas para algumas pessoas, mas principalmente para os estudantes ou aqueles privilegiados que podem sair de férias duas vezes ao ano, neste período muitas são alternativas de fruição do tempo livre, visto as infinitas possibilidades existentes em nosso país ou mesmo fora dele.

O que acontece na grande maioria das vezes com as pessoas? Não sabem o que fazer. Não possuem opções. Principalmente para os moradores de cidades litorâneas e que neste período não podem frequentar as praias, já que o inverno trás consigo o frio preponderante da estação.

Os gestores de turismo então, quando chega este período se apavoram, criticam tudo e todos, coitada da tal sazonalidade, palavra de ordem nestes momentos. Ai vem a reflexão. Se temos pessoas querendo fazer alguma coisa; e,  isto quer dizer, predispostas a investirem em seu lazer; se temos tempo, variável do cotidiano extremamente encurralada pelos nossos discursos, visto que, só falamos que falta tempo, que o tempo é curto; e, que não temos tempo para nada. E, temos opções?

Como muito custo temos. Precisamos procurar, por vezes procurar muito, ou criar uma rede de relações, mesmo que on line, para que os amigos possam indicar coisas que podemos frequentar.

Ai vem a pergunta chave desta postagem: O que fazer para atrair e manter o público em qualquer tipo de estação? O que fazer para as pessoas saírem de casa, quando todos querem ficar entocados?

Acho que uma das respostas está no vídeo abaixo. Uma propoganda da CVC Turismo sobre a Serra Gaúcha. Dá uma olhadinha e depois continua lendo.



Compreendeu? Eu explico:

Primeiro de tudo. É necessário saber o que se quer? Quer dizer. Antes disto. O que se é? Em todas as imagens a fotografia como diriam os especialistas em cinema, representa a identidade da região, as características do povo, do relevo, da cultura e inclusive do nãos lugares construídos com foco na tematização.

Sabedores do que se é ou seja, conhecedores da essência do lugar, onde se quer chegar fica fácil, na qual um processo de tematização ordenada pelos períodos do ano ou por meses, juntamente com a criação de eventos que atraiam a atenção das pessoas, fazem com que o lugar seja cobiçado por aqueles que possuem tempo e que possam investir.

Necessita também de uma grande conscientização da população local, na qual a educação para o turismo e para o bem receber, aliada ao desenvolvimento do comercio e da prestação de serviços de excelência, possibilitam a fidelização dos turistas.

Porém, creio que dentre todas estas variáveis a gestão com foco na inovação constante faz com que o envolvimento de tudo e todos possibilitem ao destino um up grade tanto de forma vertical, quanto horizontal. Não se faz nada sem uma gestão compartilhada e efetiva entre iniciativa privada e pública, gerando uma mobilização social que independente dos momentos políticos ou econômicos, o povo por si só não "deixa morrer" o destino.

Na minha a estada a Ravello (Itália) e nestes últimos anos junto ao professor Domenico De Masi, não havia um único momento que em algum encontro, palestra, jantar, entrevista, De Masi não comentasse o nome da cidade de Ravello, divulgando-a e dando credibilidade aquilo que a cidade propõe.

Desta forma, se faz uma gestão efetiva e compartilhada. Cada cidadão tem que carregar consigo uma bandeira do seu destino, a bandeira da promoção do lugar. Pois a promoção aliada ao planejamento e execução de ações publicas e privadas possibilitam a geração de turistas e receitas.

O inverno passa, vem o verão, a neve cai, a praia lota de guardas-sol; e, tudo volta ao normal. Pensamento do comodista que usa o verão para pagar o inverno, ou o inverno para pagar o verão. Que mediocridade.

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