segunda-feira, 25 de outubro de 2010

O Significado do Conhecimento: tudo ao mesmo tempo agora

Vivemos na sociedade do conhecimento e esta vem a cada dia sendo mais valorizada e desenvolvida, visto as diferentes relações entre indivíduos, empresas, organizações e as informações.

Inúmeras são as formas de obter informações e gerar conhecimentos. Tradicionalmente entendemos as instituições educacionais aquelas que por essência são classificadas como as geradoras de conhecimento e disseminadora de informações, pesquisas, inovações e transformações. Outras formas de gerar conhecimentos são definidas como não-formais, ou seja aquelas na qual o método não possui uma sistematização que possa ser repetida de forma não eventual.

Atualmente vivemos um colapso dos sistemas educacionais nacional quanto sua qualidade e conteúdo, mas também na vertente das novas possibilidades da geração de conhecimento e na transmissão de informações, visto as formas tradicionais de educação que não agregam tantas experiências e não geram tantos valores oriundos de estratégias do quadro negro ou branco, das transparências e do data show. Muitos não sabem ou não conseguem entrar em sala de aula sem seu aparatos tecnológicos ou mesmo não sabem transformá-los em um instrumento didático de ensino.

Muitas vezes os professores e alunos comentam que o filé mignon das instituições de ensino estão nas relações geradas entre aqueles que possuem o conhecimento e daqueles que os desejam. Fala-se também em competências, que para alguns ainda tem a ver com conhecimentos, habilidades e atitudes, mas que possui um rol de variáveis que se relaciona muito mais com o comportamento e a pré-disposição do individuo do em estar aberto para o aprendizado e para as novas situações que geram vivências e experiências do que qualquer outra coisa. Não adianta termos professores preparados para agregar valor ao ensino se ainda temos alunos que estão sentados nas suas cadeiras pensando somente na nota que precisa "tirar" no final do semestre.

Semanas atrás fiz uma avaliação daquelas tradicionais, com questões abertas e de interpretação de texto. Todas as respostas estavam contempladas nos textos de alguma das perguntas. Ao entregar as notas, 60% da turma abaixo da média, 30% acima de 7,0 e apenas 1 com 9,5.

Então para tentar entender o que havia acontecido perguntei ao Paulo o que ele fez para a prova, sem falar da nota ou mesmo entregar a ninguém. Paulo me responde com uma nova pergunta:- Professor. Fiz o que? Apenas estudei. Indaguei novamente: - Quanto tempo? Sua respostas foi de de 2 horas.

Depois informei a turma a nota de Paulo e a nota dos demais. Perguntei novamente: Estudaram? A metade corajosa da turma levanta a mão dizendo que não.Então comecei a contar a todos a história do Paulo, que trago um trecho para contextualizar o texto.

Paulo é um garoto de 19 anos, filho de pescador da cidade de Garopaba, com certeza absoluta seu avô foi pescador de baleia. Um afrodescentende bonito de se ver. Um dos únicos do curso que frequenta. Fala seu manezés tradicional. É aluno do Prouni e acorda as 4h30m da madrugada, por que a manhã ainda nem chegou neste horário. Pega um ônibus da prefeitura que paga apenas R$50,00 por ano e se desloca durante 2 horas para a universidade. Quando chega fica sentado na praça de alimentação mais uma hora e meia esperando o horário da aula.O ônibus leva alunos para várias universidades e a de Paulo é a primeira da rota.

O restante dos alunos quietos. Podia se ouvir as asas dos mosquitos que vivem na sala 120 do Bloco D. Faça então a pergunta crucial da minha intervenção: Paulo. O que a universidade representa pra você?

Responde sem pestanejar. - Professor. A universidade vai mudar a minha vida. Se eu ficasse na minha cidade eu seria como o meu pai, pescador ou iria trabalhar em bar. Isto aqui pra mim representa muita coisa, tem um significado muito grande.

Será que preciso contar a história toda? Paulo é cabra da peste como eu digo. Agora será que eu como professor estou sendo significante na formação de Paulo? Ou será que ele sairá da sala pensando que todo o esforço que é feito todos os dias vale a pena?

O conhecimento tem signifcado para aquele que entende que a sua falta é extremamente prejudicial, seja para a vida ou para a nota. Aqui cabe dizer que uma das meninas colegas de Paulo levanta a mão dizendo que estava apenas interessada na nota. Pobre criatura. Lhe disse: Minha linda. O conhecimento não vale nota, o conhecimento é para a vida toda.

Esta diferenciação esta sendo feita pela galerinha radical, como chamávamos quando eu trabalhava em um hotel de luxo. Aqueles de 4 a 10 anos. Querem hoje aprender de tudo. De cozinha a mandar mensagens pelo celular. Do soltar pipa a ler um livro digital.

Este caras já sabem que conhecimento não esta só na escola. Que informação vale mais do que qualquer coisa e que colocar o conhecimento em prática tem mais valor do que apenas tê-lo. Isto se chama sabedoria. Quanto ainda temos que aprender. Com certeza tu vais lembrar daquele pior professor que você tinha. Daquele que cobrava mais, que se dedicava; e, que naquela época você o chamava de rigoroso. Bom! Eles fora os cara com o que eu mais aprendi. E, digo mais. Como eu aprendo com os meus alunos, com as situações do dia-a-dia e com as coisa que vejo na Internet.

Queres saber o método? Tesão com T maiúsculo e pré-disposição de ensinar e aprender.

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